quarta-feira, 28 de abril de 2010

SITUAÇÃO ATUAL DA ENERGIA NUCLEAR EM ALGUNS PAISES/ REGIÕES

1 – Américas

Estados Unidos
Os Estados Unidos são o proprietário do maior parque nuclear do mundo, com 104 usinas em operação (69 PWRs e 35 BWRs), que correspondem a uma capacidade instalada de 106.476 MW e produziram, em 2008, 842.360 GWh(e). Este valor é quase o dobro do que foi produzido no Brasil por todas as fontes disponíveis no mesmo período. Houve nos últimos anos um grande aumento de capacidade instalada nos EUA devido à ampliação da capacidade das usinas, ainda que nenhuma nova unidade tivesse sido construída.

Canadá
O Canadá tem 18 usinas nucleares em operação que produziram 94,05 TWh ou 14,8% da energia elétrica do país em 2008. Atualmente está em estudo e processo de licenciamento de 3 novas centrais com 4 usinas cada uma, sendo 1 central na região de Lake Cardinal, no estado de Alberta, 2 outras próxima ao Lake Huron em Ontário, na área das centrais Bruce A e B e na área da central Darlington no mesmo estado

México
O México possui uma central nuclear com 2 usinas em operação (Laguna Verde 1 BWR, 655 MW e Laguna Verde 2 BWR, 655 MW) localizadas em Vera Cruz, cuja produção de eletricidade, em 2008, foi de 9,35 TWh ou 4,04% da energia elétrica do país.

Argentina
A Argentina possui 2 usinas nucleares em operação (Atucha 1- PHWR, 335 MW e Embalse PHWR, 600 MW), cuja produção de eletricidade, em 2008, foi de 6,8 TWh ou 6,2 % da energia elétrica do país. No mesmo sítio de Atucha 1, próximo a Buenos Aires, está em construção Atucha 2 - PHWR, 692 MW com previsão de entrada em operação comercial em 2010.

Brasil
O Brasil tem 2 usinas nucleares (Angra 1- PWR, 657 MW e Angra 2 PWR, 1350 MW) em operação cuja produção de eletricidade, em 2008, foi de 14 TWh ou 3,12% da energia elétrica do país e uma usina em construção (Angra 3 PWR, 1405 MW) com obras aguardando a licença de uso do solo da Prefeitura Municipal de Angra dos Reis- PMAR para reinício.

2 – Europa

Alemanha
A decisão existente para o desligamento das 17 usinas alemãs, até 2020 (ao fim de sua vida útil), encontra-se sob forte pressão para que seja revogada. Destas 17 usinas, 11 estão entre as que mais geraram energia elétrica em 2008. Foram gerados por fonte nuclear 148,66 TWh em 2008, o que representou 28,3% da energia gerada no país.

Bulgária
A Bulgária tem 2 usinas nucleares (KOZLODUY 5 e 6 – VVER-PWR 953 MW, cada) em operação comercial, que geraram 14,7 TWh, cerca de com 33% da geração elétrica em 2008. Duas usinas se encontram em construção (Belene 1 e 2 VVER PWR 1000 MW) e 4 estão fechadas (KOZLODUY 1 a 4 – VVER 440 MW) para atender acordo com a união européia . Na Bulgária, o governo já demonstrou interesse em substituir as centrais nucleares antigas por novas.

Espanha
A Espanha tem 8 reatores nucleares (6 PWR e 2 BWR) em operação, com um total de
7.728 MW de capacidade instalada. Em 2008, foram produzidos 58.997,7 GWh de energia elétrica, que corresponderam a 18,3 % de toda geração elétrica no país, apesar da capacidade instalada ser equivalente a 8,14 % deste total. Esta produção foi 6,6% maior que no ano anterior e evitou a emissão de cerca de 40 milhões toneladas métricas (mt) de CO2.

Finlândia
A Finlândia possui outras quatro usinas que, juntas, correspondem à produção de 22,9
TWh de energia elétrica ou 29,7% da total produzida em 2008 no país.

Holanda
A Holanda possui apenas uma usina nuclear em operação (Borssele PWR 482 MW) que produziu em 2008 3,9 TWh, cerca de 3,8 % da energia do país. O governo holandês informou que está iniciando o processo de licenciamento da sua segunda usina nuclear no sítio de Borssele onde já existe a primeira usina do país, que teve sua vida útil ampliada em mais 20 anos em 2006, e deverá continuar a operar até2033.

Hungria
A Hungria tem 4 usinas nucleares (Paks 1 a 4 – VVER-PWR 460 MW) em operação comercial que geraram 14 TWh, ou seja cerca de 37% da geração elétrica do país em
2008.

Inglaterra
A Inglaterra possui 19 reatores nucleares em operação (15.367 MW de capacidade instalada) cuja produção chegou a 52,5 TWh que correspondeu a 13,5% da energia do
país. As pesquisas de opinião na Inglaterra são favoráveis à energia nuclear (65% a favor) no mix de energia do país e também na reposição da capacidade existente por novas nucleares.

Itália
A Itália, conforme declarou o Premier Silvio Berlusconi em julho de 2008, decidiu retomar seu programa nuclear paralisado na década de 1980, libertando-se da dependência do petróleo através de um rápido desenvolvimento da energia nuclear.

Romênia
A Romênia tem 2 usinas nucleares (Cernavoda 1 e 2- PHWR 650 MW) em operação comercial com 17,5% da geração elétrica suprida por reatores nucleares em 2008

Suécia
A Suécia possui 10 reatores nucleares em operação que produziram 63,9 TWh de energia em 2008 e 3 fechados, sendo 1 por término de vida útil (Agesta) e 2 (Barsebäck) por decisão política. A produção de energia elétrica na Suécia é dominada por duas formas de geração: a hidrelétrica com cerca de 50% da capacidade e a nuclear com 45%.

Suíça
A Suíça possui 5 reatores nucleares em operação (3.352 MW de capacidade instalada distribuída em reatores tipo PWR e BWR) que produziram 27,54 TWh de energia em 2008, o que representa cerca de 39% da energia elétrica produzida no país. Essas usinas foram projetadas para operar por 50 anos, e só precisarão ser substituídas a partir de 2020 (Mühleberg e Beznau I e II), Gösgen tem vida útil até 2040, e o de Leibstadt até 2045.

Polônia
A Polônia já acena com a possibilidade de construir sua primeira central até 2020, tentando desta forma iniciar a alteração de sua matriz elétrica, hoje calcada em carvão (94%), para reduzir suas emissões de CO2.

Países Bálticos (Lituânia, Estônia, Bielorússia e Latvia)
Por serem muito pequenos para assumir os custos da construção de uma usina nuclear os países bálticos querem se consorciar para a construção de uma usina.


3 - África / Oriente Médio / Países Árabes

O excepcional interesse em todo Oriente médio fez com que o Egito e a Turquia desenvolvam ou reativem seus programas. A Arábia Saudita e os Emirados Árabes, além do Iêmen, também estão em conversações com diversos países fornecedores de tecnologia nuclear objetivando desenvolver as bases de conhecimentos e preparar sua indústria para as futuras usinas. Outros países (Arábia Saudita, Marrocos, Tunísia, Argélia) anunciaram a intenção de desenvolver tecnologia e construir suas próprias usinas. Além destes, também o Iêmen e a Jordânia manifestaram seu interesse em construir suas primeiras usinas nucleares.

Turquia
Abriu, em março de 2008, concorrência internacional para a construção de até 4000 MW de capacidade Nuclear até 2015, com a possível reativação do projeto Akkuyo suspenso no ano 2000.

Egito
Deve assinar contrato com uma empresa das 7 consultoras estrangeiras que submeteram ofertas na concorrência para desenvolver as atividades que ajudarão o país nos trabalhos preparatórios para a primeira central egípcia a operar por volta de 2017, conforme previsto na política energética divulgada em entrevista pelo ministro de energia do país em novembro de 2008.

Jordânia
Tem um programa civil de energia nuclear e já assinou memorandos de entendimento com fornecedores de reatores do Canadá (AECL), do Japão e da Coréia do Sul (empresa Kepco) para a seleção do sítio para a construção de sua central nuclear, ajuda para desenvolvimento de tecnologia nuclear e estudos para o uso desta energia para produção de água potável a partir da água do mar

4 – Ásia

China
A China tem 11 usinas em operação (9.608 MW) e o governo chinês prevê a construção de 54 novas usinas nucleares nos próximos 30 anos. De acordo com a empresa SNPTC – State Nuclear Electric Power Planning Design & Research Institute existem, atualmente 25 usinas em construção (com capacidade total de 26.020 MW), 9 reatores (10.000 MW) iniciarão a construção até 2010 e 16 novos reatores encontram-se aprovados para início de construção.

Coréia do Sul
A Coréia do Sul tem 20 reatores em operação (18.393 MW de capacidade instalada). Em 2008 essas usinas nucleares produziram 150,95 TWh, que representa cerca de 35,6% da energia consumida no país

Índia
A Índia tem 17 reatores nucleares em operação (3.600 MW) que produziram em 2008 cerca de 2% da energia do país que correspondeu a 13,17 TWh . Existem atualmente 6 usinas em construção (2.900 MW) e mais 8 PHWR de 700 MW e 10 LWR de 1000 MW estão planejados oficialmente e devem iniciar a construção até 2012.

Irã
O Irã tem uma usina em construção (Bushehr, PWR 1000 MW) desde 1975, mas cujas
obras foram paralisadas em 1980, após a revolução islâmica. Recentemente, com o auxílio da Rússia, a construção foi retomada, estando a usina em testes finais para a entrada em operação comercial. O país planeja construir outros 5 reatores nucleares, para atingir cerca de 10% da energia do país

Japão
O Japão tem 53 reatores em operação que, em 2008, produziram 251,75 TWh, o que representa cerca de 25 % da energia do país. O país conta ainda 8 reatores em manutenção e 2 usinas em construção, além de planos para ampliações de vida útil e potência.

Paquistão
O Paquistão tem duas usinas nucleares em operação (Chasnupp 1, PWR 300 MW e Kanupp, PHWR - 125 MW) e uma em construção (Chasnupp 2, PWR 300 MW) na região do Punjab. Em 2008 foram gerados 1,7 TWh de eletricidade de fonte nuclear, cerca de 2% do total do país no ano.

Rússia
A Rússia tem 31 usinas em operação (sendo 15 delas com reator RBMK – o mesmo modelo da usina ucraniana Chernobyl), 8 usinas em construção (1 RBMK e 7 VVER) e 4 planejadas.

Ucrânia
A Ucrânia tem 15 reatores em operação com capacidade instalada de 13.880 MW (13 VVER 1000MW e 2 VVER 400 MW) e 4 unidades fechadas (a central de Chenobyl – 3 RBMK 925 MW e 1 RBMK 725 MW). A central nuclear de Zaporozhe, no leste da Ucrânia, é a maior da Europa com 6 reatores tipo VVER de 950 MW cada um. Em 2008 as usinas nucleares ucranianas produziram 89,84 TWh que representaram 47,40% da energia elétrica do país.

Vietnam
O ministro da Indústria e Comércio do Vietnam anunciou que o governo pretende construir 2 centrais nucleares, com dois reatores cada uma, na província de Ninh Thuan, que deverão estar em operação entre 2020 e 2022.

Ásia - Outros
As Filipinas, a Indonésia e a Malásia estão em processo de reavivamento de seus antigos programas nucleares.
A Malásia já tem luz verde de sua população, que apóia a construção de usinas nucleares e está em processo de reconstrução do conhecimento técnico necessário através de programas de visitas técnicas e de treinamento para projeto, construção e operação de centrais.
A Armênia tem uma usina em operação (Armênia 2, VVER 400MW) que é responsável por cerca de 40% da energia elétrica do país.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

REATOR NUCLEAR


  • O Reator nuclear






De uma forma simplificada, um reator nuclear é um equipamento onde se processa uma reação de fissão nuclear, assim como um reator químico é um equipamento onde se processa reação química.



Um reator para gerar energia eletrica é, na verdade, uma Central Térmica, onde a fonte de calor é o urânio-235, em vez de óleo combustível ou de carvão. É, portanto, uma Central Térmica Nuclear.



A grande vantagem de uma Central Térmica Nuclear é a enorme quantidade de energia que pode ser gerada, ou seja, a potência gerada, para pouco material usado (o urânio).


















  • O Combustível Nuclear








O urânio-235, por analogia, é chamado de combustível nuclear, porque pode substituir o óleo ou o carvão, para gerar calor.



Não há diferença entre a energia gerada por uma fonte convencional (hidroelétrica ou térmica) e a energia gerada por um Reator Nuclear.













  • Reator Nuclear e Bomba Atômica






A bomba ("atômica") é feita para ser possível explodir, ou seja, a reação em cadeia deve ser rápida e a quantidade de urânio muito concentrado em urânio-235 (quer dizer, urânio enriquecido acima de 90%) deve ser suficiente para a ocorrencia rápida da reação. Além disso, toda a massa de urânio deve ficar junta, caso contrário nao ocorrerá a reação em cadeia de forma explosiva.






Um Reator Nuclear, para gerar energia elétrica, é construído de forma a ser impossível explodir como uma bomba atômica. Primeiro, porque a concentração de urânio-235 é muito baixa (cerca de 3,2%), não permitindo que a reação em cadeia se processe com rapidez suficinete para se transformar em explosão. Segundo, porque dentro do Reator Nuclear existem materiais absorvedores de nêutrons, que controlam e até acabam com a reação em cadeia, como, por exemplo, na "parada" do Reator.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

USINA NUCLEAR NO BRASIL


A usina nuclear no Brasil



A procura da tecnologia nuclear no Brasil começou na década de 50, com o pioneiro nesta área, Almirante Álvaro Alberto, que entre outros feitos criou o Conselho Nacional de Pesquisa, em 1951, e que importou duas ultra-centrifugadoras da Alemanha para o enriquecimento do urânio, em 1953.

Era de se imaginar que o desenvolvimento transcorreria numa velocidade maior, porém ainda são obscuras as reais causas que impediram este deslanche, e o país não passou da instalação de alguns centros de pesquisas na área nuclear.

A decisão da implementação de uma usina termonuclear no Brasil aconteceu de fato em 1969, quando foi delegado a Furnas Centrais Elétricas SA a incumbência de construir nossa primeira usina nuclear. É muito fácil concluir que em nenhum momento se pensou numa fonte para substituir a energia hidráulica, da mesma maneira que também após alguns anos, ficou bem claro que os objetivos não eram simplesmente o domínio de uma nova tecnologia. Estávamos vivendo dentro de um regime de governo militar e o acesso ao conhecimento tecnológico no campo nuclear permitiria desenvolver não só submarinos nucleares mas armas atômicas. O Programa Nuclear Paralelo, somente divulgado alguns anos mais tarde, deixou bem claro as intenções do país em dominar o ciclo do combustível nuclear, tecnologia esta somente do conhecimento de poucos países no mundo.

Em junho de 1974, as obras civis da Usina Nuclear de Angra 1 estavam em pleno andamento quando o Governo Federal decidiu ampliar o projeto, autorizando Furnas a construir a segunda usina.

Mais tarde, no dia 27 de junho de 1975, com a justificativa de que o Brasil já apontava escassez de energia elétrica para meados dos anos 90 e início do século 21, uma vez que o potencial hidroelétrico já se apresentava quase que totalmente instalado, foi assinado na cidade alemã de Bonn o Acordo de Cooperação Nuclear, pelo qual o Brasil compraria oito usinas nucleares e obteria toda a tecnologia necessária ao seu desenvolvimento nesse setor.

Desta maneira o Brasil dava um passo definitivo para o ingresso no clube de potências atômicas e estava assim decidido o futuro energético do Brasil, dando início à "Era Nuclear Brasileira".

Angra 1 encontra-se em operação desde 1982 e fornece ao sistema elétrico brasileiro uma potência de 657 MW. Angra 2, após longos períodos de paralização nas obras, inicia sua geração entregando ao sistema elétrico mais 1350 MW, o dobro de Angra 1.

A Central Nuclear de Angra, agora com duas unidades, está pronta para receber sua terceira unidade. Em função do acordo firmado com a Alemanha, boa parte dos equipamentos desta usina já estão comprados e estocados no canteiro da Central, com as unidades 1 e 2 existentes, praticamente toda a infraestrutura necessária para montar Angra 3 já existe, tais como pessoal treinado e qualificado para as áreas de engenharia, construção e operação, bem como toda a infraestrutura de canteiro e sistemas auxiliares externos. Desta maneira, a construção de Angra 3 é somente uma questão de tempo.

Atualmente, segundo dados fornecidos pela Eletrobrás eletronuclear,que e a responsável pela administração e ampliação das termoelétricas no país,as termoelétricas respondem pela geração de aproximadamente 3% da energia elétrica consumida no Brasi. Pelo sistema elétrico interligado, essa energia chega aos principais centros consumidores do país e corresponde,por exemplo, a mais de 50% da eletricidade consumida no estado do Rio de Janeiro,proporção que se ampliara consideravelmente quando estiver concluída a terceira usina (Angra 3) da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto - CNAAA.

Esta previsto para uma geração de 1404 megawatts elétricos na Angra 3.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

USINAS NUCLEARES NO MUNDO

Usinas nucleares no mundo



Atualmente no mundo, a participação da energia nuclear ainda é pequena, se comparada com a grande quantidade de centrais térmicas baseadas no carvão, principal matéria prima energética do início do século, e do óleo, derivado do petróleo. Mas já pode ser comparada à quantidade de hidroelétricas, que foram as mais construídas durante os últimos anos.

Nos dias de hoje estão em operação, ao redor do mundo, 434 centrais termoelétricas, em grande parte concentradas na América do Norte (EUA e Canadá) e Europa, em especial a França e o Leste Europeu, do antigo Bloco Socialista.

Apesar dos vários movimentos governamentais em busca de parar a construção de usinas nucleares, no mundo ainda há 36 centrais em construção em 14 diferentes países, evidenciando que essas centrais ainda serão responsáveis por grande parte da energia elétrica gerada no globo.

De todos os países detentores da tecnologia nuclear, e que já implementaram centrais nucleares, 19 deles possuem mais de 25% da geração nuclear.